sexta-feira, março 26, 2004

Pelas ruas do centro...
[ categoria: coisas da vida.]

Ok, eu vou tentar.

Se não me engano, hoje é dia 25 de março, fazem uns 10 dias do início da história que quero contar. Eu andei procurando informações sobre os fatos na internet, mas não achei nada, então me sinto na quase obrigação de relatar.

O Início.
Terça feira passada lá pelo cair do sol, eu fui tomar uma cerveja lá no movimentado Restaurante e Lanchonete do Milton's. O lugar não estava propriamente movimentado, e nem haviam tantas pessoas assim no local, acho que a noite fria e o clima de chuva afastaram o público naquele dia cinzento. Haviam duas mesas ocupadas, uma quase no meio do calçadão e outra praticamente do outro lado da rua, junto ao prédio do antigo Setuf. Eu estava na mesa maior, a do meio do calçadão, bem em frente ao Milton's, junto com umas seis pessoas.

A rua João Pinto é uma rua que serve de caminho a muitos estudantes, pois ali perto existe o IEE, Instituto Estadual de Educação, e como se não bastasse, ainda tem os morros da Mariquinha e e ô, tal.. é, aquele outro que eu esqueci o nome. Lá pelas tantas, começamos a escutar uma movimentação estranha, e barulhos como se estivesse acontecendo uma briga na rua, foi incrível, virar para trás e perceber que tudo era obra de uma meia dúzia de garotos passando por entre as mesas de plástico do Milton's. O que mais nos preocupava era se as cadeiras que estavam voando e sendo atiradas lá atrás, logo em sequida não seriam as nossas. Os garotos passaram por nós sem encostar nas nossas cadeiras, mas pareciam irritados com a nossa presença e com os nossos olhares preocupados. Acabamos sendo alvo de intimações do tipo: "O que qui tá olhando ?", ou: "Qué apanhá ?".

Eu queria que a história terminesse aqui, mas não foi bem assim que se sucederam os fatos, pois os garotos que haviam passado em direção ao morro, pararam no final da Rua e ficaram reunidos por lá até decidirem que voltariam exatamente ao encontro da mesa onde eu estava. Eu estava de costas para o final da rua, e pedi pra ser avisado caso eles resolvessem voltar. QUando me falaram que eles estavam voltando eu perguntei : "É brincadeira né ?" Eu não consegui naquele momento imaginar o que estaria pasando na cabeça daqueles garotos, o que estaria levando-os àquela atitude. Eles chegaram e "estacionaram" exatamente ao lado do meu grupo[por assim denominar as pessoas que estavam ali comigo, ou eu com elas.]. Vocês conseguem imaginar um grupo sentado ao redor de uma mesa, e outro grupo de pé e como diria a minha mãe, inticando o outro ??? Foi exatamente isso que aconteceu.

O grupo sentado, permaneceu sentado sem dar a menor trela ao grupo de pé. Até que do grupo de pé partiram agressões, foram dois chutes, um acertando as costas de um colega que estava sentado de lado para o Milton's e outro acertando a boca de outro colega que estava de costas para o Milton's e de costas para o grupo de pé. Foi nesse instante que levantamos e dois go grupo sentado sairam em disparada atrás dos "garotos do morro". Em vão, eles fugiram e não voltaram mais. {Isso até onde eu me lembro.}

A seqüência...

Toda quarta feira acontece lá no Milton's a famosa promoção de cerveja, e é o dia que normamente existe a maior movimentação da turma por aquelas bandas. Os garotos do morro passaram por lá na quarta feira passada, agitando o pessoal. Eles passaram brabando os mesmos dizeres da terça, e fazendo uso das cadeiras como se fossem bolas de vôlei arremessadas para serem cortadas. O detalhe de tudo isso é o intuito absolutamente pacífico do pessoal que vai lá aproveitar a promoção de cerveja. Ninguém queria brigar, todos tentando ao máximo evitar algum tipo de confronto com os garotos, afinal, se eles queiram passar pela rua, que passassem ! Eu sei que eles passaram pela rua unas três vezes, e cada vez intimidavam mais os freqüentadores da Lanchonete {Cansei de escrever Milton's.}. Nesse dia até a polícia conpareceu ao local com viaturas e afins, mas de nada adiantou, como também acredito que não adiantaria muito se consegguissem pegar os garotos do morro.

A continuidade.

Eu passei o resto da semana meio retirado das ruas, acabei por não saber se mais um episódio havia rolado lá praqueles lados, mas anteontem foi quarta feira e eu havia marcado um compromisso com um amigo, e lá fui eu.

A noite de quarta feira estava com um céu estrelado, o pessoal estava calmo e tranquilo, até o nível de ruido do pessoal havia diminuido, mas isso em função de um pedido do dono da Lanchonete, já que agora o cursinho que é vizinho voltou as atividades.

Vocês já viram chuva de meteoros ? Eu vi algo parecido nessa quarta feira. Não eram meteoros, mas eram pedras também, vindas das mãos dos garotos do morro. Eles se armaram com muitas pedras, se posicionaram na esquina da Ruia João Pinto com a Hercílio Luz e de lá começaram a lançar os projéteis. Alvejaram muitas cedeiras e mesas do lotado pátio {o calçadão em frente a lanchonete} naquela noite de quarta feira. Durante o alvejamento todos os presentes na festa da promoção se refugiaram o mais longe possível dos atiradores e assim que o bombardeio de pedras cessou muitos sairam em perseguição aos garotos do morro, que óbviamente fugiram e não foram mais encontrados. Após toda essa epopéia, apareceram várias viaturas da polícia civil, algumas inclusive passando pelo calçadão, por entre as mesas. No final das contas não deu em nada.

O futuro.

Eu tenho receio do que pode vir a acontecer, mas não vou deixar de freqüentar o mais legal dos lugares que eu tenho ido nas últimas semanas por causa desses ocorridos.

Ouvi comentários vindos de um ex segurança de cursinho da João Pinto, que os garotos queriam é atenção. A turma que freqüenta a Lanchonete é uma turma muito sossegada, muito de paz, mas muito tímida e fechada. É um pessoal que não dá trela pra estranhos, não conversa com gente que não faça parte da tribo. Será que esse foi o problema ? Acho que tudo isso é só desculpa. O que podemos fazer para mudar esse quadro ??? fica a pergunta.

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