Desenvolvendo habilidades.

Muitos me questionam sobrem inhas viagens solo pelo estado, e olhem que nem são tantas. Eu vejo vários colegas colisteiros fazendo muito e mais longas, viagens que as que eu tenho feito nos últimos anos e a cada dia percebo em alguns deles a destreza em saber e querer deixar algum recado a quem nunca fez algo do gênero. O Carlos, que eu cito que vai fazer uma exposição nesta sexta feira lá na Urca, escreveu um livro sobre a viagem que realizou, vale a leitura.

"Os quilômetros sem fim me fizeram desenvolver a paciência (um pouco mais, pelo menos), a viagem solo me ensinou a tolerância, que é se colocar no lugar do outro, pensar como o outro. Sozinho em lugar desconhecido, dependia mais do que nunca dos outros, era preciso aprender a ouvir, a prestar atenção, principalmente para não me passarem a perna. Agucei a observação, treinei a percepção, o olhar. Conheci lugares incríveis, outros sem sal, me meti em enrascadas, fui assaltado, ganhei irmãos, dormi em delegacias, postos de gasolina, ambulâncias, casas de família e bons hotéis. Passei dias comendo apenas batata, tomate e arroz, atravessei desertos, nevascas e cordilheiras, mas cheguei intacto para poder narrar o que vivi. Está aí um bom motivo para se viajar, ter boas histórias para contar aos netos"

Carlos André Ferreira

Talvez usando palavras alheias, algumas pessoas consigam entender coisas que eu venho dizendo ao longo desses anos que viajo solitariamente... contraditóriamente, com a minha bicicleta.