sexta-feira, novembro 11, 2005

Auto Ajuda.

LIÇÕES DE BUDA E GÊNGIS KHAN
Contraditória, a cultura do "querendo, você pode" alastra-se e revela tanto os novos dogmas do mercado quanto os anseios dos que lutam por um lugar ao sol

Por Flavio Lobo

A voz de João Roberto Gretz, reproduzida pelas caixas acústicas do auditório, soa firme: "Se você lançar o seu coração naquilo que quer, você consegue!" Cerca de 200 pessoas, a maioria profissionais das áreas comercial e de recursos humanos de diversas empresas, escutam a máxima, dita em tom de garantia pessoal pelo palestrante. Logo depois se levantam para bater palmas e cantar, num karaokê coletivo, mais uma "canção motivacional".

O professor e a classe.
"Olhe no espelho e diga: ô, lindão", sugere Gretz em
palestra "motivacional"Nova pausa para a fala do palestrante. Nova massagem no ego. Desta vez, mais embaixo. "Acorde amanhã, olhe no espelho e diga: 'Ô lindão, eu vou te comer um dia'. Porque, se você não quiser se comer, quem vai querer?!"

Autor do recente Voando Como a Águia e de outros sete livros de auto-ajuda, o "professor Gretz" é um dos palestrantes mais requisitados do País, garante a assessoria de imprensa do evento, realizado no Hotel Ca'd'Oro, no centro de São Paulo.

A apresentação de Gretz é uma das inúmeras manifestações de um fenômeno marcante da história social das últimas décadas do século XX e deste início de terceiro milênio: a explosão da auto-ajuda.

Um gênero de aconselhamento cuja obra inaugural data da século XIX (quadro à na edição impressa) ganhou uma dimensão industrial inédita e passou a influenciar de uma nova maneira milhões de pessoas mundo afora. Nesse período, milhares de livros foram lançados com dicas de sucesso para os mais variados campos e objetivos: amor, sexo, saúde, beleza, auto-estima, felicidade, carreira, negócios...

O epicentro do fenômeno são os Estados Unidos. Segundo a empresa Marketdata, que mede anualmente as dimensões dos principais ramos da indústria cultural, todo o mercado de auto-ajuda, incluindo cursos, palestras, publicações e outros produtos, cresceu 50% no país entre 2000 e 2004, quando chegou a US$ 8,6 bilhões. A empresa estima que esse total chegue a US$ 12 bilhões em 2008.

No Brasil, segundo a Câmara Brasileira do Livro, em 2003, foram produzidos 2,9 milhões de exemplares de 510 diferentes obras de auto-ajuda. Número significativo diante da pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, que, em 2001, calculou haver no País apenas 26 milhões de leitores ativos (aqueles que tinham lido pelo menos um livro nos últimos três meses).

Este ano, nos EUA, juntamente com centenas de novos títulos de auto-ajuda, três livros reveladores foram lançados. Cada um oferece um novo ponto de vista crítico sobre o fenômeno.

Em Self-Help, Inc., a socióloga Micki McGee, professora da Universidade de Nova York, faz uma análise das raízes econômicas, sociais e ideológicas do fenômeno. Sham, do jornalista e escritor Steve Salerno, é uma crítica ácida ao "movimento da auto-ajuda", definido pelo autor como algo intrinsecamente ineficaz, falacioso, vicioso e corruptor.

O terceiro livro é bem diferente dos dois primeiros. Em Bait and Switch, a jornalista Barbara Ehrenreich não se propõe a analisar a cultura da auto-ajuda, mas a relatar a sua própria experiência de buscar, durante cerca de um ano, um "emprego de colarinho-branco" no mundo corporativo norte-americano.

Micki McGee vê a cultura da auto-ajuda como uma versão atualizada do tradicional mito americano da auto-invenção, expresso na figura do self-made man, o homem bem-sucedido que vence pelo próprio esforço. Um mito que sempre teria sido alienante, desde a Grécia Clássica, uma vez que oculta conflitos de classe e de gênero. Por trás do bem-sucedido exemplar haveria sempre escravos ou subalternos e uma esposa que fariam o trabalho mais pesado e prosaico.

A versão renovada do mito da auto-realização, disponível também para mulheres da classe média para cima, seria mais democrática, mas também mais exigente. McGee diz que a auto-ajuda prega que as pessoas busquem se autogovernar, como os antigos cidadãos atenienses, ao mesmo tempo que precisam ir ao supermercado e cuidar das crianças.

As expectativas que recaem sobre os indivíduos, em parte por pressão social, em parte por autoconvencimento, seriam excessivas, contraditórias e muitas vezes inviáveis. Como exemplo, McGee cita escritos de Stephen R. Covey, um dos maiores gurus de auto-ajuda, autor de Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, que já vendeu 15 milhões de cópias.

As duas vertentes principais da auto-ajuda, a profissional e a afetiva-familiar, exigem um incessante aperfeiçoamento individual. Um constante trabalho sobre si mesmo é visto como imprescindível, diz a socióloga, para quem quer se manter apto para o mercado e para as relações amorosas. É preciso suar para permanecer "empregável" e "desposável".

McGee propõe-se a "investigar o modo pelo qual a cultura da auto-ajuda promove um novo tipo de servidão ao prometer o aperfeiçoamento individual". Mas o seu olhar não é sombrio e não se prende a moldes conspiratórios ou mecanicistas.

As mesmas transformações econômicas e sociais que demandam novas formas de dominação, segundo a socióloga, possibilitam conquistas de direitos e liberdade por parte de alguns grupos, sobretudo para mulheres de classe média. Se, por um lado, a cultura da auto-ajuda está a serviço de um novo tipo de adestramento para o trabalho e o consumo, por outro, afirma ela, expressa aspirações de autonomia potencialmente libertárias.

Não há nada de errado no desejo de autogoverno, diz McGee, desde que assentado numa consciência das relações sociais e que se busque compartilhar, efetivamente, essa liberdade com toda a sociedade.

Steve Salerno critica a cultura da auto-ajuda de um ponto de vista conservador. Seu livro é raso no que diz respeito à busca das causas do fenômeno, mas propõe interessantes relações entre vários aspectos da sociedade e da cultura americanas.

Reino de "Oz".
Ehrenreich fez uma imersão no mundo corporativoSobre a eficácia da auto-ajuda, o jornalista usa uma metáfora médica: ela não seria maior que a do placebo, o "remédio falso" usado em pesquisas farmacêuticas, que pode causar alguma melhora na saúde de pessoas que o ingerem crendo que estão sendo medicadas. Mas os efeitos colaterais da auto-ajuda seriam graves.

Salerno identifica raízes do atual movimento de auto-ajuda em grupos como os Alcoólicos Anônimos. Associada a grupos que se sentem incompreendidos e marginalizados, que criam regras próprias e se fecham em si mesmos na tentativa de se fortalecer, a auto-ajuda estaria transformando os EUA num país "bipolar", que oscila entre o sentimento de vítima e a euforia irrealista da onda motivacional.

O desequilíbrio psíquico dos americanos causado por essa "cultura bipolar" é, de acordo com Salerno, indiretamente confirmado pela explosão do consumo de antidepressivos, como o Prozac e o Paxil, no mesmo período em que o mercado da auto-ajuda expandiu-se mais aceleradamente.

O aumento da influência dos gurus de auto-ajuda que, sem ser verdadeiros especialistas, passam a proferir verdades e regras sobre praticamente qualquer assunto, resulta num aumento de idéias pseudocientíficas e da irracionalidade reinante. Como exemplo, Salerno cita uma tabela de "freqüência energética da comida", de autoria do conhecido guru Tony Robbins, na qual "frango frito", por exemplo, corresponde a "3 megahertz".

O debate público também estaria perdendo racionalidade e inteligência. A "vitimização" de grupos minoritários, diz Salerno, tem aumentado o grau de demagogia das plataformas políticas. E as campanhas eleitorais seguem cada vez mais os padrões simplórios e caricatos dos manuais de auto-ajuda.

O infantilismo é um traço flagrante da cultura da auto-ajuda. Essa foi também uma das constatações de Barbara Ehrenreich ao procurar auxílio para arranjar um emprego.

A jornalista, que já havia se transformado em faxineira para investigar a base da pirâmide do mercado de trabalho americano, conta, em seu novo livro, a experiência de ser instruída por "orientadores de carreira" (career coaches) na busca de uma vaga que lhe rendesse um salário de classe média (a partir de US$ 50 mil anuais). Segundo a autora, existem atualmente cerca de 10 mil career coaches nos EUA.

Ehrenreich é uma senhora de meia idade e seu currículo, mesmo adaptado para o projeto do livro-reportagem, incluía formação superior e atividade docente em universidades. Nada disso desencorajou o seu primeiro orientador a mostrar-lhe uma série de transparências com ilustrações representando as qualidades que ela deveria valorizar e desenvolver em si mesma. Por fim, apresentou-lhe os personagens de O Mágico de Oz: o espantalho seria o seu "lado mental", o homem de lata faria o papel do emocional e o leão simbolizaria o instintivo.

Quando passou à fase do preenchimento de fichas e entrevistas, Ehrenreich descobriu que o infantilismo dos orientadores era em grande parte compartilhado pelas empresas.

Mais do que de qualidades como integridade, experiência e inteligência, afirma a autora, o novo mundo corporativo procura por "personalidades" e "atitudes". De que tipo? Incansavelmente festivas, dadas a demonstrações de entusiasmo e obedientes. Tais expectativas são postas em primeiro plano não apenas na seleção de profissionais, mas também no dia-a-dia de trabalho.

A valorização crescente de "atitudes" em detrimento de parâmetros objetivos de avaliação, tão à moda da atual fase da cultura da auto-ajuda, segundo Ehrenreich, favorece as práticas de manipulação e pressão psicológica nas empresas.

Se nos EUA a influência da cultura da auto-ajuda está tão presente, sobretudo no ambiente corporativo, qual a sua força no Brasil? Segundo um dos maiores especialistas brasileiros no assunto, o cientista social Francisco Rüdiger, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da PUC-RS, "por aqui as tradições patrimonialista, paternalista, personalista e burocrática impõem limites à influência do individualismo à moda americana".

Mesmo assim, a cultura da auto-ajuda é uma constante em ambientes corporativos das grandes capitais, sobretudo em São Paulo e no Rio, inclusive em razão da presença de um grande número de empresas multinacionais, diz o pesquisador.

Um exemplo do caráter de "imitação" que o fenômeno assume no Brasil seria o programa de tevê O Aprendiz. Na versão americana, esse reality show corporativo mostra a disputa "sangrenta" entre candidatos a um cargo bem remunerado nas empresas do bilionário Donald Trump, que faz cara de mau enquanto atiça trocas de golpes verbais entre os concorrentes. Finda a rinha, o patrão escolhe o perdedor e decreta: "Você está demitido".

Múltiplo.
Os "auto-ajudados" querem se autogovernar como os cidadãos da Grécia Antiga, mas precisam fazer o trabalho dos servos, diz Micki McGeeA versão brasileira, estrelada pelo empresário Roberto Justus, é farsesca, diz Rüdiger. "No programa daqui, a gente sente que os participantes poderiam cair na risada a qualquer hora. Uma postura muito diferente da dos americanos, que parecem acreditar mesmo naquele negócio."

Em seu livro Literatura de Auto-Ajuda e Individualismo, Rüdiger diz que "a literatura de auto-ajuda é um gênero de cultura de massa portador de elementos capazes de nos auxiliar a compreender os mecanismos de poder que caracterizam o mundo contemporâneo", no qual se estabelecem "novas modalidades de sujeição, em que a manutenção das obrigações sociais sobre o indivíduo não passa mais pela coação direta".

Outra que já estudou o assunto, que foi tema de seu mestrado, a psicóloga Jaileila de Araújo, professora da Universidade Federal de Pernambuco, diz que "a auto-ajuda é a principal tradução do 'culto do eu' na cultura de massas". O 'eu' que ela ajuda a constituir é economicamente útil e politicamente dócil".

Segundo Jaileila, as promessas de transformação e de novidade da auto-ajuda são enganosas. "As fórmulas prontas e genéricas que ela propõe, em vez de induzir mudanças, tendem a proporcionar uma previsibilidade conservadora."

Não se trata de demonizar as obras de aconselhamento ou manuais de instruções, que, nos extremos, incluem desde os textos religiosos até livros de receitas. Não há nada de essencialmente errado na sugestão "Eu fiz isso desse modo e deu certo. Por que você não tenta também?" Pelo contrário. Como imaginar uma sociedade sem a transmissão de ensinamentos e dicas entre as pessoas?

O problema da atual cultura da auto-ajuda está na visão de mundo que ela professa e propaga. Entre suas características fundamentais estão o apelo narcisista de um culto a si mesmo e a noção individualista e falaciosa do "querendo, você consegue". Ela segue a lógica consumista segundo a qual todos devem se preocupar em manter-se sempre atualizados em relação a produtos, idéias e tendências (que, na maioria das vezes, não passam "do mesmo" em nova embalagem), para não se tornarem obsoletos, não apenas como profissionais, mas também como pessoas.

Outro aspecto central da cultura da auto-ajuda é a tendência de aplicar modelos e lógicas do mercado, do marketing e do mundo empresarial para organizar e nortear todas as esferas da vida.

Tudo de acordo com o momento histórico, marcado pelo contraste crescente entre consumismo e exclusão social, pelo declínio de antigas tradições religiosas e morais, pela descrença em utopias sociais nem tão ancestrais e pela crescente instabilidade no mundo do trabalho.

Como acontece com outros sistemas de pensamento muito disseminados, mesmo os que rejeitam a auto-ajuda dificilmente permanecem imunes à sua influência. Provavelmente, poucos indivíduos da classe média urbana nunca se flagraram, por exemplo, "investindo" em si mesmos, numa relação afetiva ou numa idéia. Mesmo que nunca tenham ouvido falar em João Roberto Gretz.

Em sua palestra, o professor Gretz dá dicas de sucesso, diz frases de efeito, conta "causos", faz piadas, canta, fala mal do governo Lula e do PT, enquanto textos, fotos, filmes e clipes se sucedem no telão.

"Quem gosta de homem bonito é homossexual. Mulher gosta de dinheiro e elogio." Não, isso não é dito em tom de piada. Deve tratar-se, portanto, de mais um "fato da vida" que o "professor" revela aos "alunos", e "alunas", da platéia, que permanecem atentos e quietos. Em seguida, Gretz veste uma peruca cor de laranja e imita uma mulher que volta do cabeleireiro à espera de elogios.

Mas o silêncio da "classe" não dura muito. Logo todos se levantam juntos para cantar sucessos populares escolhidos por seu conteúdo motivacional. "A vida só é dura para quem é mole", entoam em uníssono, ao som de Rio Negro e Solimões.

Pasteurização.
O pacifismo budista pode ficar ao lado de "lições" de sanguinários como Gêngis KhanOutro palestrante muito procurado - o mais requisitado pelas empresas em 2004, segundo a revista Exame -, Mario Sergio Cortella também sabe temperar suas preleções com "aspas" bem pinçadas. Mas, em vez de duplas sertanejas, os citados são Guimarães Rosa, Sócrates (o antigo), Paulo Freire.

Numa palestra proferida na sede do Metrô de São Paulo, Cortella, que é filósofo e professor da PUC-SP, esbanja carisma, simpatia e aquele tipo de lucidez que transpassa, como se fossem transparências, milhares e milhares de páginas de centenas e centenas de manuais de motivação e auto-ajuda.

Em resumo, diz Cortella a cerca de 150 funcionários do Metrô, com o auxílio de parábolas e piadas mais, digamos, "palatáveis", o mundo está mudando cada vez mais rápido e se nós, pessoas e empresas, não soubermos compartilhar conhecimento, vamos nos dar mal. E termina recorrendo à sabedoria de São Beda, monge e pensador nascido no século VII:
"Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina e não perguntar o que se ignora".

Difícil não concordar. Mas, quando mensagens desse tipo são repetidas à exaustão por gurus do mundo corporativo e do marketing pessoal nos quatro cantos do globo, talvez seja o caso de dar um passo para trás e tentar enxergá-las de uma perspectiva mais ampla.

A constatação de que o egoísmo desabrido e agressivo em geral não é a melhor estratégia para obter sucesso não é nova na cultura da auto-ajuda. Que profissionais e empresas devem demonstrar atitudes cooperativas se quiserem ser competitivos, há muito se sabe. Já em Dinamize Sua Personalidade, publicado em 1947, Elmer Wheeler dizia que "o egoísmo antiquado é a tentativa de ajudar a si próprio à custa dos outros. O egoísmo inteligente é ajudar a si próprio ajudando outros a ajudarem você".

O discurso da auto-ajuda para o sucesso no trabalho consiste fundamentalmente de conselhos e imperativos de motivação, empenho e autodisciplina. Dessa forma, ela assegura, o leitor seguiria a mesma trilha dos bem-sucedidos ao mesmo tempo em que evitaria ser engolido pelo bicho-papão de um mercado cada vez mais voraz. As promessas de ganhos e o medo do fracasso misturam-se nessa receita psicológica.

Em muitos momentos as ameaças mostram-se nuas e cruas, como neste trecho da reportagem "Prepare-se para o futuro", publicada pela revista Você S.A., uma espécie de "veículo oficial" da cultura da auto-ajuda no Brasil: "Daqui para a frente você vai ter de escolher: ou mudanças profundas ou morte lenta".

Mas, ao mesmo tempo, a "literatura" de auto-ajuda também tenta cumprir a tarefa de aliviar o estresse provocado por tantas exigências e pela constante insegurança do mercado. A mensagem híbrida resultante desse "morde-e-assopra" soa como "enquanto você avança como um touro furioso, sem desgrudar os olhos da sua meta de sucesso, curta a paisagem, o perfume das flores e o canto dos pássaros" (quadro na edição impressa).

Como diz Barbara Ehrenreich, esse pessoal usa quase indistintamente frases de Buda e de Gêngis Khan - às vezes na mesma página.

Hoje um dos campeões de vendas no Brasil, O Monge e o Executivo, prega que "a base da liderança não é o poder e sim a autoridade, conquistada com amor, dedicação e sacrifício". Os livros sobre "como se dar bem" estão repletos de personagens como Jesus, Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá e Gandhi. Todos devidamente despidos de qualquer conteúdo mais contestatório e de moralidades "rígidas demais" para serem admitidas no ambiente corporativo.

Colaborar é preciso. Trata-se de um consenso. Mas para quê? Para que cada um siga rumo à sua meta de satisfação particular, seja ela qual for, respondem os manuais. Assim, o sucesso do grupo de trabalho e da empresa serve ao indivíduo e, como é mais óbvio e verdadeiro, vice-versa. Autoprogramadas para dar ao mercado o que ele quer e exige, crentes de que assim chegarão ao seu nirvana privado, as pessoas servem à empresa.

Pode haver metas que não as pessoais e empresariais? Algo que se possa chamar de coletivo e que vá além do utilitarismo egoísta, disfarçado ou não, ou de vagas noções de comunhão humana e cósmica típicas de espiritualidades pasteurizadas? Sobre isso, manuais e gurus têm pouco ou nada a dizer.

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Eu achei interessante, e você ?

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